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  • Foto do escritorO Caleidoscópio

#18 [Ap 2-3] As mensagens compartilhadas [Parte 1]



O primeiro assunto que João é ordenado por Deus a escrever é a mensagem para as sete igrejas. Em Apocalipse 1, o próprio Jesus vem para encorajar o apóstolo, mas também para transmitir as mensagens para as igrejas da Ásia Menor. Consequentemente, o capítulo 2 e capítulo 3 do livro de Apocalipse é a descrição desse “comunicado” que Cristo insta João a transmitir.


A forma como essas sete mensagens para as igrejas devem ser entendidas e interpretadas é de suma importância e merece nossa atenção. O próprio livro do Apocalipse indica claramente que o conteúdo das sete mensagens reflete e se relaciona a um tempo e local específicos.



Porém, é interessante perceber também que as sete mensagens provavelmente não foram enviadas separadamente para as sete igrejas, mas foram enviadas para todas as sete igrejas juntamente com o livro inteiro de Apocalipse. Em Apocalipse 1:11, lemos: “Escreva num livro o que você vê e mande-o às sete igrejas”.


Aqui vemos que havia apenas uma carta. Significa que apenas uma carta foi escrita no pergaminho, junto com o resto do livro de Apocalipse, e enviada para as 7 igrejas.




Todas elas tiveram que ler todas as mensagens. A parte final do verso diz “às igrejas”, indicando que a mensagem para cada igreja é, ao mesmo tempo, uma mensagem para todas as igrejas!


As sete mensagens foram endereçadas às igrejas reais, com problemas e dificuldades reais na província romana da Ásia (Ap 1:11). Uma mensagem reflete a situação atual e a condição da igreja na qual foi escrita, juntamente com a situação histórica específica da cidade em que a igreja respectiva estava localizada. Portanto, para entender essas mensagens e interpretá-las de maneira correta e significativa, devemos lê-las principalmente no contexto de seu cenário histórico original.


O número “sete”, que aparece numerando sete igrejas específicas, pode também ser tomado como um número simbólico denotando completude, totalidade e plenitude. Até porque, na província Asiática, havia várias outras igrejas como Colossos (Cl 1:2), Hierápolis (Cl 4:13), Troas (At 20:5; 2 Cor 2:12) e Mileto (At 20:17).


Quando João escreve para as “sete igrejas”, abre-se uma possibilidade de transcendência dessa mensagem não só para as igrejas do contexto histórico e geográfico do autor, mas provavelmente para toda a igreja cristã ao longo da história também.


Embora o intuito principal e inicial seja as igrejas da época de João, as sete mensagens se aplicam a todos os cristão de todas as gerações, chegando até nós! O seu conteúdo possui implicações para todo aquele que lê. Não é por acaso que cada uma das mensagens termina com um apelo explícito universal: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”.


A relevância do estudo do Apocalipse permanece intacta até hoje. A mensagem do livro é válida para mim e para você. As dificuldades e problemas apresentados nas sete mensagens são comuns à igreja em todas as eras. Não existe problema e conflito que aconteceu ontem e que não aconteça hoje.


O que João escreve se adequa às particularidades de todo povo de Deus em todas as suas fases. A necessidade de “ouvir o que o Espírito diz” perdura na vida da igreja e na nossa vida. A expectativa da solução continua viva em nós, aguardando a resolução final dada pelo “Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 6:9).



Referências:


STEFANOVIC, Ranko. Revelation of Jesus Christ: commentary on the book of Revelation. Berrien Springs: Andrews University Press, 2002.


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