Antes de analisar cada um dos sete selos em detalhes, precisamos enfatizar alguns pontos que são muito importantes para que se possa interpretar Apocalipse 6-8:5 de uma maneira honesta e sóbria. Esse post servirá de base para o que se segue nos próximos capítulos a respeito da quebra dos selos.
Primeiramente, Apocalipse 6-8:5 baseia-se nos capítulos 4 e 5 (se você não teve a oportunidade de ler ainda, clique aqui navegue em nosso blog e encontre os posts relacionados aos capítulos mencionados!). A cena da abertura dos sete selos segue a cena descrita em Apocalipse 4 e 5. Tudo o que ocorre nos capítulos 6-8:5 é resultado do que aconteceu nesses capítulos, especialmente o 5.
Isso é significativo à luz do fato de que Apocalipse 4 e 5 descrevem a entronização do Cristo ressuscitado no trono celestial e a inauguração em seu ofício real. Em Apocalipse 5 é retratado um dos momentos mais cruciais na história do plano da salvação, ou seja, quando Jesus depois de Sua morte, Sua ressurreição e finalmente Sua ascensão para os lugares celestiais foi até a sala do trono celestial e toda a assembleia celestial estava lá esperando por Ele para celebrar seu triunfo.
O NT fala bastante sobre esse evento, os seres celestiais estavam lá para celebrar Sua entronização no trono celestial. Esse evento específico ocorreu no Pentecostes (31 d.C) descrito em Atos 2 . Essa data é muito importante e deve ser o ponto de partida para a interpretação dos selos nos capítulos que se seguem.
Desse modo, a abertura dos sete selos começa com a inauguração e entronização de Cristo. Isso sugere que a cena da abertura dos sete selos cobre a era histórica desde a ascensão de Cristo e sua elevação ao trono do universo até a Segunda Vinda, quando Cristo retornará à terra em sua plena capacidade como rei e juiz do mundo.
Nos capítulos 6-8:5 vemos um período contínuo em que o povo de Deus está no processo de provação, mas ao mesmo tempo de superação, até o dia em que se juntem a Cristo em Seu trono para participar da alegria e adoração da corte celestial.
Os eventos de Apocalipse 6-8:5 não descrevem o conteúdo dos selos em si. Eles são, ao contrário, as consequências da quebra dos selos de Cristo no céu. Os eventos desencadeados pela abertura dos sete selos, no entanto, todos acontecem na terra. Nos mostrando como o céu e a terra estão intimamente ligados.
Nem a quebra dos sete selos nem os eventos que se seguem constituem o conteúdo do rolo selado de Apocalipse. Não é sobre abrir o livro, mas sobre pegar o livro (Ap 5:7). Nos próximos capítulos o livro vai sendo aberto à medida que os selos são quebrados até que o último selo seja quebrado. O rolo não foi aberto e seu conteúdo não foi revelado até que todos os sete selos fossem quebrados e Cristo volte pela segunda vez.
Quando Deus criou o primeiro homem e a primeira mulher, eles foram criados para serem governantes da terra, pais da humanidade (Gn 1:24-25 - domínio por toda Terra), porém em Gênesis 3, esse domínio foi usurpado, porém, Jesus mudou isso na cruz. Ele pagou o preço para redimir a raça humana.
Quando o Leão-Cordeiro sobe aos céus após Sua ressurreição, Ele recebe o livro da aliança que representa a aliança entre Ele e seu povo, o destino de toda a humanidade foi colocado em Suas mãos. Através dEle, com Ele e por Ele todos nós fomos incluídos e dotados com o direito de ser reis/rainhas e sacerdotes para o nosso Deus, e reinar sobre a terra com o Rei do Universo (Ap 5: 9-10; cf. 1: 5-6)!
“Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” 1Pe 2:9
Referências:
STEFANOVIC, Ranko. Revelation of Jesus Christ : commentary on the book of Revelation. Berrien Springs: Andrews University Press, 2002.