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  • Foto do escritorO Caleidoscópio

#35 [Ap 5:5-9] A expectativa universal - Parte 3


Após a angústia (Ap 5:4) misturada com a expectativa suprida (Ap 5:5) finalmente se torna real a identificação de quem era “digno de quebrar os selos e abrir o livro”: a Raiz de Davi, o Leão da tribo de Judá.


Mas o que há de intrigante no verso seguinte (Ap 5:6) é que quando João se vira para ver a figura imponente, poderosa e vencedora do Leão, ele na verdade vê um cordeiro, em pé, como tendo sido morto. Então aqui existe uma nítida tensão entre a figura de um “Leão” que denota autoridade e domínio e a figura do “cordeiro” aparentemente silente e vulnerável.


A partir do verso 6 do capítulo 5, fica claro que as duas figuras aparentemente contraditórias fazem referência a uma única pessoa, que mesmo sendo poderosa, valente e divina (Mt 26:6; Mt 1:23; Cl 2:9-10; Jo 1:1-3; Jo 8:58; Jo 10:30; Jo 5:18; Hb 1:3-4), pela virtude de sua própria morte, com seu próprio sangue, é capaz de resgatar o homem de todo mal (Fl 2:5-7).


É exatamente por esse motivo que ninguém no universo foi considerado digno, apenas um, Jesus, o Cristo, que em todo o Novo Testamento é conhecido como “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29; Jo 1:36; 1Co 5:7; 1Pe 1:18-20).


A figura do cordeiro aqui, como no resto do Apocalipse, deve ser entendida com base no conceito e ritual do sacrifício do Antigo Testamento, no qual o sangue do cordeiro abatido era relacionado à redenção (Is 53:5-8; Hb 9:27-28).


A qualificação única de Cristo é complementada por sua descrição adicional de possuir sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus. Os sete chifres e sete olhos significam seu poder divino e capacidade de governar e julgar (Dt 33:17; 1 Sm 2:1, 2:10; 1 Rs 22:11). Os sete chifres simbolizam a onipotência de Cristo e estão relacionados à sua capacidade de pegar e abrir o rolo com sete selos.


Os sete olhos que representam sua onisciência estão relacionados à sua habilidade de ler o livro e instruir seu povo em seu conteúdo (Zc 4:10). Os sete espíritos denotam a plenitude do Espírito Santo que é enviado a toda a terra.



A representação das características singulares de Jesus nestes versos é o ponto principal da cena. Foi em virtude de sua morte (Cordeiro) vitoriosa (Leão) na cruz, por meio da qual foi capaz de redimir a humanidade e triunfar sobre o mal (Ap 5: 5-6).


Foi a cruz que tornou Cristo único e digno dessa honra. Em virtude de sua vitória na cruz, ele agora é elegível para compartilhar o trono celestial com o Pai (Ap 3:21). Na cruz, o “Leão” e o “Cordeiro” se conectam. “A graça e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram” (Salmos 85:10).



Referências:


DOUKHAN, Jacques. Secrets of Revelation: The Apocalypse Through Hebrew Eyes. Hagerstown: Review and Herald Publishing Association, 2002.

STEFANOVIC, Ranko. Revelation of Jesus Christ : commentary on the book of Revelation. Berrien Springs: Andrews University Press, 2002.


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