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  • Foto do escritorO Caleidoscópio

#10 [Ap 1:1a] Jesus Cristo revelado

Atualizado: 30 de ago. de 2020


O Apocalipse começa com uma afirmação categórica. A expressão comunica ao leitor algo muito importante e resume em apenas uma frase do que se trata todo o livro: a “Revelação de Jesus Cristo” (Ap 1:1a).


A primeira palavra, “Revelação”, vem da palavra grega ἀποκάλυψις [apokalypsis], e é composta de duas partes: ἀπο [apo] (“longe de”) e κάλυψις [kalupsis] ("um véu”; “uma cobertura”). Assim, literalmente podemos traduzir “apocalipse" como “afastar um véu” ou “recolher uma cobertura”, ou seja, uma revelação ou uma descoberta.


O termo denota o descobrimento ou a revelação de algo que anteriormente estava em segredo, oculto ou secreto, e que agora é mostrado. No Novo Testamento, o vocábulo grego é usado apenas com referência a uma revelação divina (ex.: Lc 2:32; Rm 16:25 e Ef 3:5).


O restante da afirmação inicial, “de Jesus Cristo”, pode ser interpretado de duas formas na língua grega (no genitivo subjetivo ou objetivo), portanto, podemos traduzir de duas maneiras: se referindo a Jesus Cristo como aquele que revela (revelação “de Jesus Cristo”), ou como aquele que é revelado (revelação “sobre Jesus Cristo”).


O texto fornece duas possibilidades que se somam no seu significado. A primeira, Jesus, como mediador da revelação, recebe e transmite a João, e a segunda, Jesus sendo o conteúdo que protagoniza todo o livro. Ou seja, independente da tradução, as duas possibilidade são plausíveis (para saber mais sobre a transmissão do texto, clique aqui).


Ao longo de nosso estudo ficará claro para você que o livro é a “revelação de Jesus Cristo” e, ao mesmo tempo, que é a “revelação sobre Jesus Cristo”. Ele claramente é o centro deste livro. Suas atividades salvíficas são o que há de mais importante na revelação dada a João.


O livro de Apocalipse oferece um retrato singular de Jesus Cristo que não se pode encontrar em nenhum lugar! É por isso que o estudo deste livro é tão importante. João, ao começar a escrever o Apocalipse com a expressão “Revelação de/sobre Jesus Cristo” não tinha por objetivo assustar os leitores promovendo terror, sangue, perseguição ou eventos terríveis.


Ao entender a primeira frase que João escreve, mudamos nossa perspectiva em relação ao restante do conteúdo apresentado no livro. O Apocalipse é a descrição do que Cristo fez em outra fase de sua existência. Enquanto os 4 evangelhos descrevem Sua vida e ministério durante o período em que esteve na Terra, Apocalipse retrata o ministério de Cristo após sua ascensão ao Céu com ênfase na sua realeza e ministério real.


Quando Jesus subiu aos céus, Ele nos deixou duas promessas, nas quais todas as outras promessas se encontram:


1.“[…]E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos.” (Mt 28:20 NAA)


2.“[…] E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.” (Jo 14:1-3)


O propósito principal do livro é nos falar como Jesus está cumprindo essas promessas. Desse modo, se encaramos de maneira correta, não há diferença entre o Apocalipse e os quatro evangelhos. Podemos considerar o último livro da Bíblia como, na verdade, o quinto evangelho no Novo Testamento!



Portanto, o Apocalipse é todo sobre Cristo! Começa com Jesus no primeiro capítulo (Ap 1) e termina com Jesus Cristo no último capítulo: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (Ap 22:13).



Referências:


STEFANOVIC, Ranko. Revelation of Jesus Christ: commentary on the book of Revelation. Berrien Springs: Andrews University Press, 2002.





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